Sabores da Liberdade
Porque é saborosa a realidade como é.
quinta-feira, 23 de julho de 2020
Dificuldades Sexuais e Possíveis Superações
sexta-feira, 1 de maio de 2020
Esgotamento Psicológico na Pandemia
terça-feira, 7 de abril de 2020
A Cura da Pandemia Psicológica Despertada pelo COVID-19 – Texto VII - Luto
quinta-feira, 26 de março de 2020
A Cura da Pandemia Psicológica Despertada Pelo COVID-19 – Parte I
segunda-feira, 16 de março de 2020
Protocolo psicológico para enfrentamento do Coronavírus
sábado, 9 de novembro de 2019
Relacionamento Abusivo
sexta-feira, 18 de outubro de 2019
"Autismo Aprendido"
domingo, 22 de setembro de 2019
"13 Reasons Why" + "Baleia Azul" = ???
O que tem de comum entre um seriado em que uma adolescente passa por dores comuns que facilitam o suicídio, sem saber lidar com qualquer uma delas; e uma série de 50 tarefas em que a última é tirar a própria vida, amplamente divulgado nas diferentes mídias, com um tom desafiador do tipo "você é realmente corajoso-capaz?"? Um se baseia nas causas comuns de suicídio de adolescentes; o outro, no como se matar.
O seriado tem alguns benefícios e um péssimo malefício: num ponto, chama atenção para o tema de sofrimentos comuns de adolescentes e o quanto é preciso aprender a observar alguns sinais de que o jovem está passando por um momento ruim-suicida; noutro, é colocado uma garota que passa por dores e não sabendo lidar com elas, mesmo pedindo ajuda precariamente, não vê alternativa alguma, senão finalizar a própria vida. Com exceção de "jovens pop", as situações pelas quais a protagonista passa, em uma ou mais delas, a maioria dos jovens passam, passaram ou passarão; importante é aprender a lidar bem com cada uma delas.
"Baleia azul" (em alusão à baleia azul que "se mata" encalhando na areia) é uma sequência de 50 tarefas em 50 dias, ao final da qual, comete-se suicídio. Elas transitam entre privação de sono (acordando todos os dias às 04:20); dessensibilização sistemática em relação ao suicídio, ou seja, acostumar-se com atos suicidas, através de cortes com navalha no próprio corpo e subida em prédios altos e guindastes; conversa-motivação de outras pessoas que estão passando pela sequência e administradores; ameaças em relação a familiares, caso tente parar as tarefas, pois os moderadores-orientadores têm acesso a informações particulares de quem se dispôs a começar o "jogo"; ouvir músicas psicodélicas e assistir a filmes específicos de terror. É um treino para se matar, com um apelo desafiador, que para o jovem perdido, cheira a "um sentido para a vida".
Não vejo benefício algum em falar sobre como aprender a se matar; mas considero fundamental pais e escolas ficarem atentos a situações de potencial intenso sofrimento de adolescentes e eventuais sintomas de que podem estar pensando sobre a ideia.
A vida traz momentos intensos de dor, ficando sempre a pergunta: o que estou precisando aprender sobre a vida para superar esta dificuldade? Se você não souber a resposta para esta pergunta, procure ajuda, seja em músicas, pessoas com saúde mental, familiares, amigos, filósofos e/ou profissionais da área de saúde mental.
terça-feira, 27 de agosto de 2019
Adolescência Suicida?
Suicídio é o último ato na vida de alguém, é um ato de desespero, ou seja, sem esperança de dias melhores, mas sim de similares ou piores. Uns chamam de coragem e outros de covardia. Há quem afirme que a quantidade de suicídios em adolescentes está crescendo, ou apenas a descoberta e divulgação que aumentou? Independentemente, vale a pergunta: será que a sociedade brasileira tem contribuído para jovens terem esta atitude? E teria como diminuir a probabilidade dela ocorrer?
Estamos assistindo a uma época de aumento de competição no mercado profissional; à diminuição de empregos (não acredito que estejam aparecendo novos empregos na mesma velocidade que estejam desaparecendo, basta estudar por alguns momentos a plataforma de inteligência artificial “Watson” da IBM e os impactos nos profissionais que estão “perto” dela); os relacionamentos estão mais complexos e menos duradouros; ser “bom homem” e “boa mulher” ou “bom pai” e “boa mãe” de hoje em comparação há 50 anos, é senão muito difícil, impossível; os familiares estão morando mais longe, diminuindo a sensação de proteção, pois as pessoas precisam buscar trabalho onde tenha, o que infelizmente (ou não) pode ser longe dos pais, avós e outros familiares; e estamos apenas presenciando o início do impacto da vida virtual em crianças e adolescentes, em que muitos acabam preferindo a relação distante e superficial através das telas de computador a contatos reais, gerando um “autismo ensinado”.
Para completar o quadro, estamos vivenciando um aumento de expectativa com relação ao conceito de sucesso, mas sem dar os instrumentos para isso. É pouco ser um bom aluno na escola, é preciso ser “fitness” e “ecológico”, além de ser líder e aprender uma terceira língua.
Em que medida a educação está sendo conduzida para as crianças se tornarem adolescentes que lidarão bem com estas mudanças? Será que os adolescentes estão aprendendo a enfrentar um futuro tão exigente e instável quanto o que é e será?
Os pais atuais são incentivados a serem excessivamente protecionistas (protegendo a prole do que ela conseguiria aprender a se proteger), não exigirem das crianças (se for mal na escola, “passa” de ano mesmo assim), punirem pouco ou nada (punição é mal vista, importante é motivar pelo prazer-felicidade as crianças e adolescentes a “estudarem”), elogiarem muito (dando a impressão que seriam especiais fazendo pouco, quando assim o é apenas dentro de casa) e buscarem ser amados pelos respectivos (para os filhos valorizarem os “nãos” dos pais, limites e punições, é preciso uma maturidade que não tende a ocorrer antes dos “30”), e sempre com amizade e com pouca autoridade.
Os efeitos nas crianças e jovens são visíveis: baixa capacidade de frustração, ficando muito irritados, impacientes e até depressivos ao se depararem com a realidade fora de casa; não saber ouvir “não”; pouco ou nada respeitam autoridades; se acham superiores a outros; pouco se preocupam com outros; não confiam nas próprias capacidades até por nunca ou pouco tê-las colocadas à prova; dificuldades em se concentrar nas atividades que não gostam; preguiça em se esforçar com rigor e um “autismo aprendido”, dificultando relacionamentos. Isso tudo funciona num determinado nível até uns 12 ou 13 anos de idade, mas e depois, quando a vida exige mais?
O desdobramento da formação destas ideias na cabeça dos jovens culmina numa sensação de que a vida é muito pesada e que pouco ou nada pode ser feito, podendo provocar tristeza, ansiedade e até pensamentos suicidas. Facilitando inúmeros quadros clínicos psíquicos de sofrimentos.
É preciso rever o que é uma boa educação, e certamente consiste na formação de algumas capacidades indiscutíveis: aprender a se esforçar; lidar com rejeição; dedicar-se ao que não dá prazer, mas que é necessário; entender que será especial para poucas pessoas na vida; respeitar as pessoas, independentemente de quem sejam, embora sem esquecer de valorizar a si; ao mesmo tempo compreendendo que muita gente diz bobagem, seja na escola, tv, internet, seriado ou música e que dependerá dela & educadores refletirem e questionarem sobre estas bobagens.
Afetividade, elogios e brincadeiras são essenciais; assim como críticas, exigências e saudáveis punições.
sexta-feira, 26 de julho de 2019
AutoAjuda Vs PseudoAutoAjuda
Tive a sorte de ter um avô (que era psiquiatra) que estudou autoajuda desde a sua adolescência, sendo alguns de seus autores favoritos do assunto Sêneca, Montaigne, Diderot e Russel. Uma das reflexões que mais me impactou foi a do estóico afirmando: “faça o que de ti depende, de resto, seja apenas firme e tranquilo”.
Uma frase que muito me ajudou na minha história foi dita pelo meu avô quando fui morar por 1 ano longe da minha família e amigos: "tudo que você passar na vida, algum filósofo já passou, refletiu bastante sobre o tema e escreveu sobre ele".
Autoajuda é buscar se tornar médico do próprio espírito pelo estudo, é se tornar superior ao que se é; seja aprendendo a lidar com a própria morte e de quem amamos; a como ter sucesso profissional; se melhorar para ter um bom relacionamento amoroso; construir-se para ser um amigo melhor de si e outros; lidar bem com as traições, menosprezos e rejeições inerentes ao viver; buscar a felicidade onde ela, de fato, existe e/ou viver bem.
O problema é que muito da autoajuda moderna é um enorme punhado de mentiras e autoenganações, similares a “contos de fadas para adultos”; eis algumas: "aprenda inglês fluente em uma semana"(pois é, tente!); "leia um livro em 30 minutos” (será que existe uma diferença entre ler e entender o que foi lido? Com facilidade, eu leria um livro do Stephen Hawking sobre o universo em 1 ou 2 dias, mas para entender demoraria semanas, meses ou anos); "aprenda rapidamente e profundamente 'X' ” (seria possível um indivíduo ser um médico de mérito com 1 ano de estudo?); "todos são capazes de ser o que quiserem na vida!" (quantos querem ser Pelé e quantos conseguem?); "todos são superdotados em alguma coisa!" (todos somos “Beethovens” em alguma área da vida, embora não saibamos ainda?); e tudo isso com "pouco esforço e rapidamente".
A autoajuda real é aquela que inspira as pessoas a verem o mundo como é & aprender a lidar bem com ele. Dentro deste conceito, precisamos aprender a aceitar que talvez não sejamos excelentes em coisa alguma, embora muito bons em 1 ou 2, bons em 3 ou 4, e medíocres ou sofríveis no resto.
Se é preciso frequentar uma faculdade para aprender a ser bom em direito, administração ou engenharia, por que seria diferente no viver? Aprender a viver bem pode ser estudado em livros realistas e razoáveis que, por vezes, dirão: “você quer ser um excelente músico e pagar as suas contas com isto, mas pouco se dedica ou tem o talento genético para a coisa, portanto, 2 opções: ou você começa a se esforçar muito mais, ou desiste de viver financeiramente disso e busque algo que lhe sustente economicamente minimamente, e que você tenha talento suficiente para isso”.
Não busque os seus sonhos, mas questione-os, veja o quão realizáveis são, quantos anos de vida lhe exigirão, e qual ou quais benefícios tenderão a trazer, de fato. Caso você perceba que não os atingirá ou não valem tanto da sua vida, é preciso aprender a abrir mão deles e tentar se dedicar àquilo que você é realmente capaz de conseguir e que lhe faça bem. E disse Sêneca: “faça o que de ti depende, de resto, seja apenas firme e tranquilo”.
Afinal, sabedoria é entender a realidade como é e lidar bem com ela, dentro do razoável; e não nascemos com ela e nem vem fácil, contrário ao que escritores de "contos de fadas para adultos" dizem.
* Dr. Bayard Galvão
sábado, 22 de junho de 2019
Por que alguém faz “Bullying”?
“Bully” é quem agride de maneira constante, geralmente, quem seria inferior no aspecto agredido, seja emocional, físico ou intelectual.
Muito é dito sobre os efeitos de sofrer agressões frequentemente do “bully” nas escolas (também chamado de “bullying”), flutuando entre vários dos quadros psicológicos de sofrimento, desde diminuição de autoestima, fobia social, ansiedade, depressão e até suicídio.
O foco do presente texto não é direcionado para os efeitos, mas sim às suas causas e possíveis maneiras de diminuir (não acredito que deixará de existir) a sua ocorrência. Perguntar quais as causas do “bullying” equivale à pergunta: por que as pessoas agridem?
Vamos ampliar a pergunta antes de respondê-la: por que cerca de 50% das maiores bilheterias de cinema no planeta são de filmes de violência? Entre “MMA” e boxe, as pessoas têm preferido assistir qual e por quê? Por que as pessoas costumam passar perto de acidentes de carro e moto com um misto de “não gostaria de querer olhar, mas agora que estou vendo, tem sangue ou alguém morreu?" Por que o Coliseu existiu? Já achou a resposta? Agora, o que costuma fazer as pessoas rirem numa piada de português, negro, gaúcho, gordo, judeu, gay ou outros?
A resposta é relativamente simples, mas também intrigante: o ser humano tem prazer ou alívio em agredir e ver violência, na maioria esmagadora das vezes, por razões genéticas; não importando a sua forma, seja física, verbal ou emocional.
O que leva alguém a ser “bully”? Além da causa do prazer genético em agredir, há também a sensação de superioridade ao outro; ser líder (o medo gerado pela pessoa que exerce a agressão inspira admiração e medo, facilitando o “cargo”); fazer parte de um grupo (quem ataca em grupo, tende a não ser atacado); esquiva-se, inclusive, da solidão; sentir-se importante ou valorizado; evitar ser a vítima da agressão (“a melhor defesa é o ataque”); reproduzir as vivências em casa (na relação com irmãos ou pais); não ter recebido punição em casa ou fora dela por exercer agressões injustas (agredir para se defender é lícito); compreender que agredir também é uma maneira de gerar alívio, não é por acaso que pessoas com raiva (um tipo de dor), sentem-se melhores após gritarem, socar algo ou xingar; quando motivado por questões étnicas e variações, seria intolerância ao diferente, comumente considerado inferior; e/ou não se colocar no lugar da vítima.
Com base nessas causas, algumas possibilidades de diminuir o “bullying”: aulas que “imoralizem” violências injustas (muitas discussões possíveis neste ponto); punições para os agressores (advertência ou suspensão da escola); ensinar crianças e adolescentes a se colocarem no lugar da vítima; exercer a violência virtualmente, seja em “games” ou assistindo filmes com violências justas; ter alguma atividade física de intenções violentas, com pouca ou nenhuma violência, como algumas artes marciais; mostrar para as crianças que para serem boas ou especiais, não precisam diminuir o outro; entender este prazer e alívio genético e saber que é preciso aprender a lidar com ele de maneira saudável; oferecer atendimento psicológico para eventuais problemas familiares que o “bully” possa estar tendo e ensinar todos a se defenderem dos diferentes tipos de agressão, pois dificilmente, tenderá a haver agressão contra quem é mais forte do que o agressor.
O prazer ou alívio na violência nas suas múltiplas formas precisa ser entendido, e apenas assim, cria-se a possibilidade de lidar com estes efeitos genéticos de maneira saudável e razoável.
sábado, 1 de junho de 2019
Depressão
Depressão é o nome dado a um conjunto de pensamentos, comportamentos e humor que ocorreriam há meses, em maior ou menor nível e variedade.
Alguns sintomas da depressão em relação ao pensamento, seriam: “Nada vai dar certo”; “Sou uma porcaria, não sirvo para nada”; “De que adianta se esforçar tanto para tão pouco”; “Não aguento mais tanta pressão” e podendo chegar a níveis mais intensos como “Quero morrer” e "Não quero viver mais".
Já em relação ao comportamento, podemos citar a diminuição de concentração; sono comprometido; isolamento social; subtração de atividades físicas e aumento ou diminuição intenso de apetite; uso de drogas e/ou álcool.
E por último, sintomas relacionados ao humor, como a irritabilidade, desânimo, dificuldade de sentir prazer, tristeza, melancolia, explosões de raiva e/ou choros constantes.
É importante salientar que ter de um a três desses sintomas não caracteriza depressão, pois todos terão. O problema é quando ocorrem vários, por muito tempo e/ou com grande intensidade.
Os fatores mais comuns que levam à depressão são os acúmulos dos problemas não resolvidos ao longo da vida, sejam pequenos, médios ou grandes. O normal é o acúmulo de pequenos e médios, como um relacionamento íntimo insípido e incolor; um trabalho apenas tolerável; baixa sensação de satisfação existencial; poucos prazeres; muitas responsabilidades; baixa atividade social; muitas preocupações, além de pressões e eventuais problemas de saúde.
Traumas como sequestro, estupro ou a morte de um filho podem provocar a depressão, mas os acima descritos são mais frequentes.
A vida, quando piora da noite para o dia, cria um contraste gritante e faz com que as pessoas percebam de imediato o que piorou, buscando soluções imediatamente. Contudo, na depressão, a vida comumente vai piorando aos poucos, de maneira pouco perceptível; responsabilidades vão se somando, o tempo de diversão vai diminuindo, mágoas vão acumulando, o relacionamento vai piorando, o cansaço vai crescendo, o medo da solidão aumenta, os vínculos sociais vão se enfraquecendo, a autoestima vai diminuindo e isso ao longo dos anos. Resultado: pela piora gradual e pouco clara da vida, chega um dia em que nada mais tem sentido e tudo parece sem gosto; o que acaba sendo verdade para essa situação, pelo menos neste momento.
Mas curar a depressão é possível, para tanto, eis algumas ideias: (1) observar os pequenos e médios problemas do dia a dia, buscando soluções para eles; (2) apegar-se e se dedicar-se às coisas ou pessoas mediante suas importâncias na sua vida; (3) ser bobo quando possível, sério quando necessário e disciplinado sempre que exigido por si ou pela vida; (4) ter prazeres, anestesias e distrações supérfluos, não importa se novelas, futebol ou videogame, mas não se perder neles e fazer mensalmente um balanço dos prazeres, dores e modo através do qual você tem conduzido a sua vida, perguntando-se: “Estou vivendo bem, dentro do possível?”
Sábio é quem entende a vida como é e lida bem com ela, na medida do razoável. Sabedoria não é falar bonito, de filósofos ou declamar frases de efeito, é ter uma visão lúcida do viver, saboreando o dia a dia em paz, com belos sabores e coluna reta, apesar dos momentos em que fica curva.
A sabedoria é tão mais necessária quanto mais difícil for a vida de alguém. Quem vive numa “lagoa azul”, precisa ter pouca para ser feliz, mas para quem atravessa adversidades, ela se faz tão necessária como o alimento de todos os dias.
domingo, 12 de maio de 2019
Dia das Mães
Quantas vezes uma mãe precisa dizer "não" para o filho ou filha por dia? E seria possível contar as exigências que ela faz, diariamente, para que se dediquem aos estudos, sejam higiênicos, aprendam a usar talheres, aprendam a respeitar os outros, se tornem honestos e, com o tempo, pessoas de mérito?
Quando um filho ou filha diz "Te Amo!" e quando fala gritando "Te Odeio!"? Simples: ao agradá-lo ou desagradá-lo, respectivamente. Tal qual como seria num adulto, com a diferença de que a criança, contrário a algumas teorias românticas atuais que dizem que a criança só se tornará boa apenas por decisões próprias, precisam ser formadas, preferencialmente e em geral, com os valores dos pais.
Não foram poucas as vezes que vi uma mãe chorando desesperadamente porque ouviu do filho "te odeio!"ao ter tirado o "vídeo game" porque precisava estudar para uma prova; ou porque tirou da filha o "whatsapp" por ter destratado os avós.
Educar é formar o espírito-caráter do filho ou filha, e faz parte dar limites, impor respeito e exigir - o que é impossível sem desagradar. Quanto tempo demora para o filho ou filha perceber e valorizar os esforços da mãe?
A melhor forma de se aproximar deles e ser amada é achar e desfrutar de prazeres comuns, além de ser afetuosa com abraços, gestos, cuidados e palavras. Por outro lado, como é frequentemente necessário, faz-se imperativo desagradar hoje para evitar sofrimentos desnecessários no futuro, e presente.
Ser Mãe é uma tarefa exigente, uma das mais complexas que qualquer mulher pode decidir ter na sua vida. Com uma junção de sorte e boa educação, o filho ou filha perceberá quanto suor e vida foi dedicado a ele ou ela, e aprenderá a valorizar mais a grande educadora que teve.
Uma mãe pode apenas ser julgada de maneira adequada pelos seus filhos depois dos "20" anos de idade deles, quiçá, nunca. Pois, para julgar a maternidade de quem lhe orientou no mundo desde bebê-criança, é preciso um mínimo de maturidade.
Ser uma boa mãe, não é, necessariamente, representado pelo amor do filho ou filha por ela. Entretanto, ver o filhos ou filhas sendo felizes nas suas vidas já seria uma recompensa para quem ama. E por que não, ser amada também, apenas por uma questão de justiça?
Então, para voce que é Mãe: Feliz Dia das Mães!!!
domingo, 31 de março de 2019
Educando Pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline
Tudo que acontece de ruim na vida da pessoa é culpa de todos, menos da própria. Isso é uma péssima postura para a vida, pois apenas mudamos facilitando relacionamentos, superando dificuldades profissionais e nos tornando mais leves e pacíficos conosco quando nos perguntamos: onde Eu tenho falhado ou faltado? E não dizendo: como e quando os Outros estão falhando e faltando comigo?
Para ilustrar o conceito, temos um indivíduo calmo ou alegre, mas "do nada", com uma leve frustração ou possibilidade de rejeição, passa a agredir ou se entristecer e, da mesma maneira que oscilou por comportamentos ou emoções ruins, volta para o normal.
Duas características de base neste sentido: distorção da percepção do que realmente aconteceu; e inverter o sujeito ou ordem de sequência do ocorrido. Exemplo: a mulher ouve que está fazendo um bom trabalho, mas ela entende isso como absoluta ironia, passando, portanto, a impressão de agressão, reagindo de acordo (o que pode estar certo, mas no caso desta pessoa, muitas vezes errado); um homem com o transtorno xinga o seu amigo, mas quando vai explicar o que aconteceu a terceiros, diz que o outro que o xingou.
A agressão verbal ou física é geneticamente prazerosa e gera alívio (basta lembrar do "Coliseu" ou filmes de grande bilheteria, que são quase sempre de "ação"). Isso posto, quando uma pessoa está ansiosa, triste ou com raiva, fica fácil agredir; e no caso da pessoa com este transtorno, é fácil assim o fazer.
Se uma pessoa sem este transtorno for frustrada ou rejeitada, será normal ela ficar incomodada, mas quem tiver esta maneira de ser, tenderá a reagir de maneira intensa, seja com tristeza e/ou agressividade.
Toda compulsão tem como base a busca desenfreada do prazer ou do alívio das dores da vida, seja comer, beber álcool, tomar calmantes, sexo, drogas em geral e até rezar.
A agressividade pode se virar para si, seja cortar-se ou até cometer suicídio, por 5 razões básicas: diminuir uma dor emocional (provocando a dor física), querer receber atenção (por se sentir menosprezado ou desprezado), mostrar que está falando sério sobre os próprios sofrimentos, desafio-demonstração de capacidade de enfrentamento da dor ou apenas querer se machucar por achar que merece. Todos podendo ocorrer ao mesmo tempo ou não, facilitando inclusive, um vício pelo ato.
Porque a pessoa com este transtorno não se responsabiliza por si, mas sim às outras pelo seu próprio bem-estar. É normal que quando esteja bem, agradeça a si ou ao outro, contudo, sempre que estiver mal, dirá que a culpa é do outro, podendo até responsabilizar a si por alguns momentos, mas depois volta a responsabilizar aos outros.
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Muitos elogios e pouca ou nenhuma crítica. Uma criança que cresce achando que erra pouco ou nada, mas que é maravilhosa, bonita, inteligente, adorável e variações, terá dificuldade em se relacionar com as pessoas quando perceber que apenas os pais ou avós pensam assim, não os colegas, professores e futuros namorados ou namoradas, assim como eventuais chefes.
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Responsabilizar a escola pela educação do filho. É complicado dizer para uma escola: “você precisa educar o meu filho, mas não quero que ele seja punido por coisa alguma, não rode em matéria alguma, esteja sempre feliz com os colegas e sem exigir muito dele, além de ser necessário vocês entenderem que o meu filho é inteligente. Portanto, se ele não estiver aprendendo alguma coisa, é porque vocês estão errando em algo”.
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Querer ser muito amado pelo filho. Para ser amado pelo filho, basta dar tudo que ele quiser, nunca dizendo um “não” e sempre estar brincando, na companhia dele ou o ajudando em todas as dificuldades. Ora, fazer isso desprepara o filho ou filha para a vida como ela é.
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Ajudar o filho a estudar. Este é um aspecto complicado e apenas recomendável depois do filho ter tentado estudar sozinho, de maneira focada a matéria, Caso o pai ou mãe estiver sempre ajudando o filho a estudar, ele não aprenderá a se esforçar, de fato, para aprender ou se superar, o que é péssimo para o seu futuro. É melhor pecar pelo excesso de exigência do que pela falta.
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Muitos “sins” e poucos “nãos”. A vida apresenta incontáveis “nãos”, mas a educação proposta é para dizer poucos deles, não preparando o indivíduo para a vida como ela é, mas sim para a fantasia de uma utopia de um viver de poucas frustrações, poucos esforços e muitas vitórias: uma contradição de base.
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Pouca punição e muita recompensa. A base de qualquer educação é simples: ao falhar ou faltar, punir na proporção do razoável; ao acertar e/ou se dedicar, recompensar numa proporção racional. A educação tem sido “dar tudo” que puder ser dado, sem condição alguma (como ir bem na escola), de maneira desmensurada e negando nada. O efeito é claro: a criança não saberá lidar com perdas, com exigências, críticas e frustrações, ou seja, não aprenderá a viver a vida como é.
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Não repetir na escola. Como uma criança pode passar de ano sem saber o minimamente suficiente para dizer que ela mereceu evoluir? É o mesmo que dar aumento a um funcionário que não tem entregue aquilo que é da sua função. Será que acontece isto na vida?
domingo, 30 de dezembro de 2018
Uma Oração Para o Ano Novo
Um Ano Novo vem com uma proposta de mudança de algo sempre para o melhor, seja no campo afetivo, financeiro, social, estético ou da saúde. Algumas pessoas poderão dizer com satisfação para si que num ou noutro campo nada precisa mudar, pois está pleno como tal. Infelizmente, alguns precisam de muitas mudanças para viver bem. Independentemente da sua situação, aí vai uma oração que como todas as orações precisa ser feita com concentração, se quiser, gravando-a com a sua voz no “celular” e depois ouvindo-a num lugar silencioso de olhos fechados após respirar 5 vezes profundamente:
“Para o ano que vem, aceitarei melhor que preciso me esforçar mais para algumas coisas e menos para outras, mas terão outras ainda que estarão completamente fora do meu controle ou capacidades. Para estas, a opção é aceitar da maneira mais rápida possível que determinado objetivo não é atingível por mim ou apenas não depende de mim.
Para o ano que vem, tentarei observar melhor as pessoas, aprendendo a esperar delas o que, de fato, elas podem ser e fazer. Então, decidirei sobre me aproximar ou me afastar delas.
Para o ano que vem, para cada situação mais sensível, tentarei me colocar no lugar de cada um que esteja envolvido, dentro do possível. Assim, poderei entender melhor o que está acontecendo, permitindo-me uma decisão mais sábia.
Para o ano que vem, buscarei ter mais claro que todos os objetivos que eu propuser para a minha vida contém um custo, esforço, dedicação e atenção. Sabendo disso, pesarei sobre o fato dos benefícios serem maiores ou menores do que os custos, decidindo melhor sobre metas ou sonhos e se valem ou não ser atingidos.
Para o ano que vem, tentarei lembrar que temos pouco controle sobre o futuro e que este pouco controle depende do que eu fizer no presente. Assim, tentarei lembrar dia a dia que tão ou mais importante do que olhar para o futuro é viver bem o presente, dentro do possível e dependendo cada vez menos de esperas para desfrutar da vida.
Para o ano que vem, vou lembrar que revistas de beleza vendem belezas que não existem; que revistas que propõem autoajuda tentam vender uma vida que não existe ao dizer que somos capazes de tudo. Vou tentar aprender a saborear o bom café que tomo pela manhã, boas músicas que ouço ao longo do dia, amigos que tenho e que muitas vezes esqueço de conviver com eles, trabalhar para viver e não viver para trabalhar, e reconhecer melhor os amores que tenho e tive, dentro e fora da família.
Então, vivo e vou saborear o que me for cabível, aprendendo a viver melhor os presentes do presente, dia a dia, ano a ano!
Amém!”
Oração Para o Final do Ano
Os religiosos, cada um segundo as suas próprias crenças, repetem orações, algumas todos os dias e outras uma ou outra vez no ano. Aqui vai uma para a finalização do ano, de comemoração da vida sobre o que foi, não sobre o que pode vir a ser. Como todas as orações, precisa ser feita com concentração, se quiser, gravando-a com a sua voz no “celular” e depois ouvindo-a num lugar silencioso de olhos fechados após respirar 5 vezes profundamente:
“Vivi o que pude este ano, cometi erros, acertei, lutei, caí e levantei ou estou levantando. Tenho pessoas a agradecer, algumas do presente, e outras que se foram, continuando na minha memória e que sempre farão parte de mim.
Sempre tenho o que melhorar, mas é sempre justo também valorizar o que fiz e faço. Errei comigo e com outros, no trabalho e na minha dedicação em uma ou outra área da minha vida, mas tenho aprendido com isso, seja para não cometer mais os mesmos erros ou apenas cometê-los menos.
Os meus méritos existem também, tenham ocorrido numa postura com um amigo, um esforço a mais no estudo ou trabalho, um cuidado a mais com a própria saúde ou até brincadeiras bobas apenas comigo ou com alguém.
Tenho a agradecer quem cuidou de mim quando bebê, quando criança, adolescente e/ou ainda hoje. Posso agradecer a mim por ter lutado quando queria desistir, aos meus amigos, alguns que foram de uma época da vida, outros que ainda estão presentes comigo, tantas risadas, confidências, diversões e lágrimas.
Posso comemorar a minha caminhada até aqui, sei que tenho o que melhorar, mas como qualquer viagem de caminhante, é feita passo a passo, num passo reconheço que preciso melhorar, no outro, reconheço o que tenho feito e faço de bom; novamente, em seguida, reconheço o quê e como melhorar, seja com amigos, familiares, na própria profissão ou estudos, no cuidado com a saúde e estética, buscando sempre o razoável, nunca a perfeição, nunca o desumano; no seguinte, observo e valorizo os meus próprios atos e posturas, seja para com a minha vida ou para com a dos outros; para com as minhas responsabilidades nos estudos ou trabalho ou até os momentos simples da vida.
Posso ter até caído nas diferentes trilhas e dificuldades neste ano ou outros, posso estar cansado de me levantar ou até já esteja me levantando, mas o meu último ano, os meus últimos anos são muito mais do que os tropeços e desabamentos. É uma história com risadas, lágrimas, medos, alegrias, amores, desamores, família, amigos, confissões, tristezas e paz, ou seja, plena, talvez não do jeito específico que eu desejei, mas o que foi o possível.
Tenho o hoje e o que me foi, e embora possam ter épocas que pareça que eu tenha pouco a agradecer a mim, aos que me cercaram ou cercam; são apenas impressões próprias de um sedento caminhante do deserto que pode ter a sensação que nunca tomou água, mas caminhei e tomei muito.
Busco um amanhã melhor, e sempre carrego comigo a minha história: eu e as pessoas que me cuidaram e me cuidam, amaram e me amam, que amei e amo, cuidei e cuido.
Vivo e saboreio o que me for possível e vou aprendendo a viver melhor!
Amém!”
segunda-feira, 5 de novembro de 2018
Geração Mimimi
Propostas educativas nocivas da psicologia e pedagogia:
Lá por 1997 ou 1998, os alunos de psicologia da PUC-SP foram chamados (eu, inclusive) para assistir à palestra de uma das mais renomadas pedagogas. Em determinado momento, ela exclama: "As crianças sabem o que é melhor para elas. Precisamos apenas criar o contexto para elas descobrirem o que é bom pra elas."
Ao mesmo tempo, nas salas de aula, a pergunta de diferentes professores era "como educar sem frustrar e sem exigir muito das crianças?".
Para diminuir a frustração e aversão, foi adicionado o "passar de ano sem ter notas o suficiente", afinal, o certo seria "avaliar o aluno globalmente". Então, rodar por notas ruins começou a ser mal visto por algumas escolas e alguns pais.
Ainda foi colocada a ideia de "qualidade é mais importante do que quantidade", que "caiu como uma luva" para pais e mães que passavam o dia trabalhando - o que seria resolvido com "2 horas" de boa educação à noite, mas passando o dia com babás ou escolas.
Soma-se estas ideias ao conceito de melhoria da autoestima, associada ao aumento de elogios e diminuição de críticas.
Aí estão os ingredientes da bomba implementada em várias escolas no final do século XX : pouca orientação + pouca exigência + muitos elogios + diminuição de punição (como rodar de ano ou ir para a diretoria e ser suspenso) + poucas críticas.
Resultado gritante ao entrar na vida adulta: despreparo para lidar com exigências; fragilidades ao ter que lidar com "bullyings" profissionais normais; a ideia de estudar e trabalhar no mesmo dia se tornou uma tarefa dificílima (que era comum há 20 anos); o indivíduo fica facilmente incomodado com colegas e chefes; a pessoa comumente desenvolve algum tipo de incômodo constante, como desenvolvimento de insônia pelos problemas com que lida; medo de ir trabalhar ou estudar por ter que lidar com situações aversivas comuns; aumento de probabilidade de desenvolver quadros de ansiedade e/ou depressão; desânimo em relação à vida e pensamentos suicidas, porque viver é difícil demais.
Eis o efeito da educação "mimimi".
Dr. Bayard Galvão
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
Sexualidades Doentes
domingo, 2 de julho de 2017
Você Está Pronto Para Ter um Bom Casamento?
Casar é viver na mesma casa com outra pessoa (não é a festa), tão simples quanto ser pai ou mãe, mas complexo é ter um bom casamento ou ser um bom pai ou boa mãe.
Por quê alguém vai viver sob o mesmo teto que outra pessoa? A resposta dos filmes de romance seria o amor, mas este, por vezes, não existe, ou, por noutras, acaba, embora o casamento continue. Há várias outras causas comuns para acontecer, em maior ou menor intensidade e variedade: não saber viver sozinho, querer formar uma família, medo de envelhecer e não ter quem lhe cuide, não querer deixar claro para a sociedade a sua “opção” sexual, por carência, busca de segurança financeira, poder ter relação sexual “estável/garantida”, exigências religiosas, status com a própria família ou própria e até parar de trabalhar.
Pensemos numa atual proposta brasileira de um bom casamento: lealdade (seguir as leis explícitas e implícitas do casamento), atração sexual (estética corporal e atraente, além de sexo e “aquele” beijo bom), amizade (diálogo saudável, afinidades em interesses e formas de ver o mundo, somado a uma admiração recíproca do caráter e intelecto), saber servir-cuidar do outro (em momentos de sofrimento ou apenas mimos, como, por exemplo, um café na cama ou um cafuné), possuir objetivos comuns (onde morar, ter filhos ou não, para aonde viajar e como curtir o futuro) e condição financeira satisfatória (um ou ambos vão trabalhar, quanto usarão da própria vida no trabalho e quanto de dinheiro seria suficiente para tentar garantir o presente e futuro do casal).
Ninguém estará absolutamente pronto para ter um relacionamento com todas as características acima, mas algumas ideias são fundamentais para serem pensadas em termos de níveis (0-10) e não absolutos (sim ou não):
- Você sabe do que é feita a sua felicidade?
Se você não souber quais os ingredientes que lhe deixam feliz, você também não saberá o que lhe inspira esta emoção, seja numa pessoa, nas suas atividades ou em si.
- Quais características que você possui que podem dificultar um relacionamento?
É preciso se conhecer minimamente para perceber que há faltas ou falhas em si e que limitam demais um relacionamento, seja excesso de individualismo, ter que estar “com a razão” o tempo todo, ter dificuldades de lidar com críticas, ter hábitos higiênicos insatisfatórios ou ter sempre um “pé” fora do relacionamento, tanto por medo de acabar ou não confiar em pessoa alguma.
- Nível de curiosidade em relação a desejar sexo ou se relacionar afetivamente com outras pessoas.
Um pouco de desejo ou curiosidade em relação a outras pessoas é fácil de lidar e dificilmente afetará um casamento. No entanto, se for demais, tenderá a tornar o relacionamento um sufoco ao ser leal ou gerará uma deslealdade para vivenciar esta curiosidade ou desejo.
- Saber viver minimamente bem só.
Casar e não estar pronto para se separar é o mesmo que entrar voluntariamente numa “prisão” aparentemente boa. Não são poucas as pessoas que vivem o lema “ruim casado, pior separado(a)”, permanecendo em casamentos ruins por décadas e desperdiçando um enorme pedaço dos sabores da vida.
- Saber ser minimamente atraente sexualmente.
Cuidar relativamente bem do corpo, vestir-se minimamente bem, ter hábitos higiênicos razoáveis, conhecer satisfatoriamente bem o próprio corpo, ter boas noções de como fazer sexo e, de vez em quando, mudar o perfume, cor das unhas, lingerie ou pijama podem ajudar muito.
- Saber dialogar.
Dialogar é trocar ideias com alguém, refletindo sobre o que ouve e diz, colocando-se no lugar do outro enquanto está falando algo, principalmente, se for sobre um assunto delicado, seja sobre a família do outro, ciúmes, inseguranças, melhorias necessárias para a atração sexual e eventuais críticas.
- Saber observar o outro e se perguntar: esta pessoa, sendo como é, faria bem a mim?
Os opostos se atraem apenas num primeiro momento, mas, depois, costumam gerar aversão, salvo eventuais mudanças “compradas”. Um homem pode achar interessante uma mulher que corre 10 quilômetros no sábado e no domingo pela manhã no parque e que gosta de comer salada no almoço nestes dias, bebendo zero de álcool; mas, se o prazer dele for acordar lá pelas 10:00, tomar café lentamente, e, no almoço, comer churrasco e tomar vinho, tende a ser apenas uma questão de tempo até o prazer do convívio diminuir.
Não é uma questão de um estar errado e o outro certo, mas sim o quanto a maneira de curtirem a vida combina. As diferenças contribuem com um relacionamento até um determinado ponto, mas , depois, se torna um peso.
- Saber viver bem em “épocas de vacas magras ou gordas”.
Caso alguém saiba curtir a vida apenas quando tiver dinheiro sobrando pode gerar um peso desnecessário em si e/ou no outro. Algo que na época atual de crise brasileira, tem sido bastante comum.
- Quanto os objetivos dos 2 são comuns?
Querer sofás de cores diferentes tende a ser um problema fácil de ser contornado; mas um querer muito ser pai e ela ter certeza de que não quer ser mãe tende a inviabilizar um futuro agradável. E mais: e, se um se submeter à vontade do outro, pode gerar uma ferida em si e no sentimento que pode não ser reversível.
- Saber mimar o outro como o outro gostaria de ser mimado.
Saber servir ou mimar com presentes inesperados, café na cama, “comidinhas”, massagem, rosas, vinho ou charuto é fundamental.
- Aprender a pedir.
Ninguém é telepata! Se você não souber pedir o que acha muito ou pouco importante, é possível que perca a possibilidade de ser feliz ou de saber que a pessoa apenas não se disporá a fazer o que você pede. Muitas vezes faz-se necessário deixar absolutamente claro o que se quer. Caso contrário, preciosos momentos podem ser perdidos e, com eles, parte do alimento do amor.
- Valorizar frequentemente o que é rotineiro.
O ser humano tem uma característica genética e nociva ao amor, ao se habituar com um determinado estímulo, ele para de valorizá-lo. A primeira vez que ela paga a conta ou ele faz um almoço para ela, eles se deliciam com o gesto, após várias vezes ao longo de meses ou anos, é possível se acostumar e deixar de valorizar o ato, matando o alimento do amor, que é a valorização do bem-estar que outro inspira ou gera em você.
- Ter um bom humor, na maioria das vezes.
Humor é o normal dos sentimentos de alguém, podendo ser de paz, ansiedade, inquietude, muita atividade, tristeza, leveza ou desânimo. Algumas destas emoções costumam fazer mal a um relacionamento se se tornarem frequentes.
- Saber lidar com as violências do outro.
Todos machucam a quem está perto, intencionalmente ou não. Ser completamente intolerante a estas dores complica o vínculo, não é uma questão de tolerar qualquer atitude da amada, mas de entender e aprender a lidar com isso. Claro, se for demais, aí é outra história.
- Saber pedir perdão.
Pedir perdão é reconhecer o próprio erro e pedir à amada que não se afaste física e emocionalmente de si, buscando cuidar para cometer menos o mesmo erro, e se possível, não mais cometê-lo.
Cada um destes tópicos daria origem a outros assuntos, e cada um deles pode ser encarada como virtudes necessárias a um bom relacionamento. Uns precisam exercitar um mais do que o outro, melhorar num ou noutro, mas não basta ser bom num ou noutro apenas numa época e não noutra. É preciso aprender a se relacionar constantemente, pois não nascemos sabendo e nunca saberemos tudo, ademais, os sabores de um grande amor é um dos grandes néctares da vida.